Orientações
Para o Paciente
1 - Antes da Cirurgia:
Para uma indicação precisa da Cirurgia de Mohs, é necessária a realização de uma biópsia da lesão. Essa biópsia geralmente é realizada pelo seu Médico Dermatologista.
A biópsia contém informações fundamentais como a confirmação do diagnóstico, o tipo e o subtipo do câncer de pele e a avaliação da sua agressividade.
De posse do laudo da biópsia é necessário agendar uma consulta com o cirurgião para o planejamento da Cirurgia de Mohs.
O cirurgião explicará se existe indicação da Cirurgia de Mohs no seu caso (VIDE CALCULADORA), as vantagens do procedimento e os passos necessários para a realização da sua cirurgia.
3 - No momento da cirurgia:
Você permanecerá acordado durante todo o procedimento.
Será aplicada uma anestesia local na área da sua lesão. Você poderá experimentar um desconforto nesse momento, mas geralmente o único momento em que você pode sentir dor é durante a anestesia local.
A primeira fase da Cirurgia de Mohs em geral é rápida (10 - 15 minutos) e consiste na retirada completa da lesão visível, seguida de seu mapeamento minucioso.
A lesão é enviada ao Laboratório de Mohs (localizado dentro do Centro Cirúrgico) para ser preparada e avaliada ao microscópio. Esta costuma ser uma das etapas mais longas e leva aproximadamente uma hora.
Enquanto você aguarda por esta análise, será realizado um curativo no local e você será encaminhado a à sala de recuperação pós-operatória, onde aguardará em uma poltrona confortável. Nesse momento, é possível usar o seu celular ou ler um livro.
Se na análise das margens cirúrgicas, for observado que todo o tumor foi removido, procede-se a reparação da ferida operatória (fechamento com pontos).
Se for observada a permanência de câncer de pele em alguma área, a Cirurgia de Mohs será continuada com a retirada de uma camada adicional somente da área afetada. Novamente você irá aguardar que o cirurgião examine as margens cirúrgicas no laboratório. O processo é repetido até que não se encontre mais tumor residual.
2 - No dia da cirurgia:
Como a maioria dos casos é realizada com anestesia local, não há necessidade de jejum.
No dia da cirurgia você deve seguir sua rotina normal. Tomar banho, alimentar-se normalmente e fazer uso de suas medicações habituais. Se ao longo do dia, você necessitar de alguma medicação adicional, leve-a consigo.
Se você quiser, você pode levar seu celular ou um livro para utilizar no período em que estiver esperando a análise das margens cirúrgicas.
Você deverá apresentar-se na recepção do Hospital ou da Clínica no horário planejado. Será realizado o seu cadastro e você será encaminhado a uma sala de espera, de onde será chamado no momento da cirurgia.
4 - Ao final da cirurgia:
Será realizado um curativo no local que deverá ser cuidado conforme as orientações do cirurgião no momento da alta.
Você receberá uma receita de analgésicos, antiinflamatórios e/ou antibióticos de acordo com a necessidade do seu caso.
Recomenda-se que no momento da alta você tenha um acompanhante (familiar ou amigo).
5 - Após a cirurgia - cuidados pós-operatórios:
Você agendará um retorno em uma semana para que seja avaliada a possibilidade de retirada de pontos e receberá, neste momento, um relatório da sua cirurgia que deverá ser encaminhado ao seu Dermatologista.
Em geral os pacientes apresentam uma dor ou desconforto toleráveis que podem ser tratados com analgésicos simples.
Pode ocorrer ainda inchaço no local, hematoma ou pequenos sangramentos que são normais e resolvem espontaneamente.
Se existir dúvida, não hesite entrar em contato com um profissional da equipe.
Não é recomendável realizar atividades físicas ou de impacto até que o cirurgião as autorize expressamente.
Pessoas diagnosticadas com câncer de pele têm um risco aumentado de desenvolver uma segunda lesão quando comparado a quem nunca o teve.
Por este motivo recomendamos fortemente que você mantenha um acompanhamento regular com o seu Dermatologista.
Para o Médico
Para uma indicação precisa da Cirurgia Micrográfica de Mohs, é necessária a realização de uma biópsia da lesão suspeita. Com o exame anatomopatológico, podem ser avaliados tipo e subtipos do tumor.
Os carcinomas mais comuns que têm indicação de Cirurgia de Mohs são os carcinomas basocelulares (CBC) e os carcinomas de células escamosas ou carcinomas espinocelulares (CEC), entretanto outros tipos de tumores também se beneficiam da técnica como os dermatofibrosarcomas protuberans, carcinoma de Merckel, fibroxantoma atípico, carcinoma anexial microcístico, Doença de Paget extramamária, carcinoma mucinoso, carcinoma sebáceo e eventualmente melanomas in situ.
No caso dos CBCs e CECs a indicação da Cirurgia de Mohs pode ser avaliada através da nossa CALCULADORA DE INDICAÇÃO DE CIRURGIA DE MOHS.
A Cirurgia de Mohs é realizada em ambiente hospitalar (centro cirúrgico do Hospital de Caridade ou na Clínica NICAP), habitualmente em caráter ambulatorial sob anestesia local.
Quando houver necessidade de sedação ou anestesia geral, a cirurgia será realizada sempre no Hospital de Caridade.
A análise da integralidade das margens na técnica de Mohs é realizada em laboratório próprio e exclusivo para este fim, localizado dentro do centro cirúrgico, ao lado da sala de operação.
O tumor central (produto do debulking) será enviado para corte e coloração habituais em parafina em laboratório de patologia.
As margens que serão examinadas em sua totalidade durante a cirurgia terão suas lâminas confeccionadas com técnica de coloração com hematoxilina e eosina e estarão à disposição para consultas futuras.
As lâminas serão analisadas em conjunto e simultaneamente pela dermatopatologista e pelo cirurgião através de microscópio de dupla observação. Todos os cuidados pós-operatórios imediatos serão realizados no consultório do cirurgião, até a remoção dos pontos e a recuperação completa da ferida operatória.
O paciente será reencaminhado aos cuidados do seu médico de origem e receberá um laudo cirúrgico e anatomopatológico da sua cirurgia. É importante que o paciente mantenha um acompanhamento regular com seu dermatologista, uma vez que existe um risco aumentado para desenvolvimento de novos tumores.

