Como é a Cirurgia de Mohs?
1 - CIRURGIA:
O procedimento é realizado em hospital com caráter ambulatorial (não necessita internação).
Uma vez realizada anestesia local, toda a área visível do tumor é retirada juntamente com uma pequena margem de tecido circundante. Esta margem é mapeada e preparada para ser avaliada em sua totalidade ao microscópio.
Caso seja observada presença de tumor em alguma área da margem analisada (lateral ou profunda), o cirurgião remove mais uma camada de tecido apenas da área onde o tumor foi detectado, poupando assim, as regiões com pele saudável
Este processo é repetido até que não seja mais possível identificar a presença de tumor. É comum que seja necessária a realização de mais de uma fase para a remoção completa do tumor (geralmente entre 1 e 3 fases). É importante ter em mente que o objetivo principal é remover completamente o câncer de pele.
2 - RECONSTRUÇÃO:
Muitos pacientes ficam inicialmente surpresos que o tamanho da sua ferida operatória é maior do que esperavam. Isso ocorre porque o tumor pode estar além das margens observadas a olho nu, crescendo de maneira imprevisível.
Depois de realizada a remoção completa do tumor, o cirurgião decidirá a melhor maneira de reparar a ferida operatória, proporcionando o melhor resultado funcional e cosmético possível.
Dependendo da extensão da ferida operatória as opções de reconstrução incluem:
- Cicatrização por segunda intenção (cicatrização de “dentro para fora”).
- Fechamento primário (aproximação dos bordos com pontos diretos na pele).
- Enxerto de pele no local (reposicionamento de pele de uma área saudável para colocação na ferida operatória).
- Confecção de retalhos cirúrgicos (mobilização de pele das proximidades para preencher a ferida operatória).
- Utilização de matriz de regeneração dérmica (para os casos em que nenhuma das opções de reconstrução acima seja possível).

Os tumores de pele podem ter aspecto plano ou elevado. Superficialmente podem ser bem delimitados ou mal delimitados, entretanto, profundamente nem sempre é possível avaliar a extensão da lesão. Um fato preocupante é que, algumas vezes, a gravidade e o tratamento dos tumores de pele são subestimados, sendo considerados menos importantes e menos graves do que realmente são. A identificação do tecido com comprometimento tumoral, na maioria das vezes não é possível que seja feita a olho nu. A linha pontilhada representa a cirurgia que é realizada para a remoção do tumor. O tumor deve ser totalmente retirado (margem livre), não restando células tumorais no leito operatório (margem comprometida).

Muitas vezes o tumor de pele visível pode ser a “ponta do iceberg”. Superficialmente os tumores de pele podem parecer pequenos, mas a porção profunda pode ser maior do que o esperado. Nesse caso, a linha pontilhada representa uma cirurgia baseada na lesão de pele visível superficialmente, mas profundamente ainda restaria tumor no leito operatório (margem comprometida).

Os tumores de pele podem não ser tão profundos, mas podem ter uma grande extensão superficial abaixo da pele que não é identificada pela análise da lesão visível. Nesse caso, a linha pontilhada representa uma cirurgia baseada na lesão de pele visível superficialmente, mas lateralmente ainda restaria tumor no leito operatório (margem comprometida).

Em outros casos, o tumor de pele visível pode ser pequeno, mas pode haver extensão superficial e profunda de forma irregular, o que dificulta muito a remoção completa do tumor se todas as margens não forem estudadas durante a cirurgia como é realizado na Cirurgia Micrográfica de Mohs.

Na Cirurgia de Mohs, 100% das margens do tumor retirado são examinadas no microscópio durante a cirurgia. Se for identificada persistência do tumor, no mesmo momento é realizada a remoção da porção de tumor remanescente.

Após identificada a persistência de tumor no leito operatório, é realizada uma nova etapa de remoção do tumor apenas no local onde foram identificadas células tumorais. Isso é possível de ser realizado graças ao mapeamento operatório que é realizado durante a cirurgia, permitindo a preservação de áreas onde não há comprometimento tumoral.

A área ampliada é novamente estudada ao microscópio para avaliação das margens. Isso é realizado ainda no centro cirúrgico, para permitir uma nova abordagem caso seja necessário. No exemplo ao lado, ainda persiste tumor no leito operatório (margem comprometida), necessitando de mais uma etapa de ampliação da margem.

Essa ampliação de margem é realizada tantas vezes quanto for necessário até não ser observada a presença de nenhuma célula tumoral. Na maioria dos casos a Cirurgia Micrográfica de Mohs é realizada em até 3 etapas.

É considerada margem livre quando não houver identificação de tecido tumoral em nenhuma das margens do tumor. Isso garante à Cirurgia de Mohs o maior índice de cura possível para o tratamento do câncer de pele.

Após ser garantida a remoção completa de todo o tecido tumoral é iniciado o procedimento de reconstrução da ferida operatória, através da melhor técnica possível para cada caso.

